A Tesla, empresa fundada por Elon Musk, enfrenta desenvolvimentos surpreendentes. Em agosto, sua participação de mercado nos Estados Unidos caiu para o nível mais baixo em quase oito anos, segundo relatório da Reuters com base em pesquisas da Cox Automotive. Analistas atribuem essa queda a um portfólio de produtos envelhecido, que tem levado os consumidores a escolher concorrentes com modelos elétricos mais modernos, um cenário preocupante para Musk, CEO e fundador da companhia.

As dificuldades da Tesla se estendem além dos EUA. Na Europa, a empresa registrou oito meses consecutivos de queda nas vendas, pressionada pelo avanço de montadoras chinesas e europeias. Em julho, concorrentes como Hyundai, Honda, Kia e Toyota superaram o crescimento da Tesla, aumentando as vendas de veículos elétricos entre 60% e 120%.

O cenário se complica ainda mais devido às atividades políticas de Elon Musk e à sua recente parceria com o presidente dos EUA, Donald Trump. Analistas alertam que, mesmo que as vendas de veículos elétricos nos EUA subam em setembro, é provável que caiam novamente quando os incentivos fiscais federais expirarem, aumentando a pressão financeira sobre a Tesla e outras montadoras.

O último mês do verão foi particularmente difícil: a participação da Tesla caiu para 38% do total de vendas de EVs nos EUA, uma queda significativa em relação aos mais de 80% registrados anteriormente. Em julho, o índice estava em 42%, comparado a 48,7% em junho.

Enquanto isso, a empresa mudou seu foco estratégico. Enquanto outros fabricantes lançam novos modelos de EVs, a Tesla está concentrada em robotáxis e robôs humanoides, e os planos para lançar veículos elétricos mais acessíveis foram adiados. Ainda assim, os analistas destacam que o desempenho atual merece atenção, já que o negócio de veículos continua sendo a principal fonte de receita da empresa.